quarta-feira, 20 de março de 2013

Cristãos Perseguidos no Mali

Muita coisa aconteceu no Mali desde o ano passado. A World Watch Monitor, agência internacional da Portas Abertas,  descreveu a atual situação do país no artigo que você lê a seguir. A libertação das principais cidades do norte criou uma grande sensação de alívio, mas a tarefa de reconstrução é enorme
Mali.jpg
Um mês após a ofensiva francesa, tropas malianas e africanas recuperaram o controle das principais cidades do Norte do Mali, anteriormente ocupadas por grupos armados islâmicos. A operação liderada pela França começou em 11 de janeiro, após a tentativa de militantes islâmicos avançarem para o sul.

"Criou-se um grande tumulto entre a população do Mali quando percebemos, com desânimo, o progresso dos islamistas para o sul. Em breve, eles nos alcançariam e tomariam o poder.", disse Mohamed Ibrahim Yattara, líder da Igreja em Bamako, àWorld Watch Monitor.

Há um ano, Yattara e sua família fugiram de Timbuktu para a capital Bamako. Como ele, milhares de malianos buscaram refúgio ao sul do Mali, ou em países vizinhos como Níger, Burkina Faso e Mauritânia.

"Para nós, que deixamos nossas casas e nossas cidades nos últimos meses, a vitória dos islâmicos sobre as forças armadas tem despertado lembranças dolorosas. Nossas mentes ainda carregam muito fortemente as memórias de quando fomos atacados e vimos nossos lares serem invadidos e destruídos", disse ele.

Por quase um ano, os radicais impuseram uma estrita lei islâmica nas regiões sob seu controle. Intimidação, ameaças e mutilação tornaram-se prática comum. Outras religiões foram terminantemente proibidas e locais de culto e Igrejas foram profanados e saqueados.

"Tudo o que vivemos, de repente desapareceu e transformou-se em um sonho quando recebemos, com grande alegria, a intervenção do exército francês. O que era comumente chamado de ‘a crise no Mali’ aparentemente teria uma solução rápida", disse Yattara, que também era chefe de um instituto de treinamento bíblico, em Timbuktu.

Apesar de recuperar a sua liberdade, o povo do Mali enfrenta novos desafios, criados pela tomada de poder por parte dos islâmicos. Nove meses de ocupação deixaram o norte do país em grande necessidade de reconstrução. Muitos edifícios públicos foram destruídos, incluindo escolas, postos de saúde, monumentos antigos, hotéis e restaurantes.

Grupos de direitos humanos acusaram o Exército de atacar civis. Em um relatório publicado em 1º de fevereiro desse ano, a organização Human Rights Watch afirma que o governo maliano classifica árabes de pele clara e tuaregues como grupos associados aos rebeldes. Autoridades do Mali negaram as acusações e relataram publicamente sua posição contra ataques de vingança.

O Mali está na 7ª posição da Classificação de países por perseguição (WWL) 2013, um ranking dos 50 países onde a perseguição aos cristãos é mais severa. A lista é publicada anualmente pela Portas Abertas Internacional.

segunda-feira, 11 de março de 2013

EVANGELIZAÇÃO NOS DIAS DE HOJE



O Evangelho precisa ser analisado tendo em vista suas muitas tonalidades culturais, étnicas, geográficas e históricas. Vejam as respostas na pesquisa nacional com referências às principais características e ênfases nos modelos utilizados para plantação e crescimento:

TEMAS

%

AEvangelização31
BPequenos Grupos e Células19
CPregação/ oração / Bíblia16
DIgreja com propósitos12
EEventos / propaganda9
FEnsino e discipulado9
GCapacitação de líderes9
HSem resposta   9
IAdoração / louvor / edificação8
JComunhão / intercessão / aconselhamento8
KVários métodos / parcerias6
LPontos de pregação6
MDons / curas5
NMissões / serviço 4
OPlantação de igrejas com infraestrutura própria4
PAtendimento comunitário4
QRedes ministeriais3
RPesquisa e contextualização do evangelismo3
SSem modelo / não sabe3.
Conforme se vê acima, evangelização ganha disparado a corrida como maior ênfase (31%). Pequenos grupos e células vêm logo em seguida com 19%. Vemos também que apenas 5% das igrejas pesquisadas utilizam dons em curas como sua maior ênfase. Isso talvez reflita o esfriamento espiritual especialmente na igreja pentecostal. Apesar da propaganda focada nos milagres e maravilhas, os resultados não acontecem com a mesma frequência com que vinham acontecendo no movimento pentecostal avivalista das décadas de setenta e oitenta. Os rótulos são diversos, mas apatia, indiferença e arrefecimento da fé cristã encontram-se presentes em quase todos os conteúdos denominacionais. Sem sombra de dúvidas, diversas respostas da pergunta acima revelam um pouco do enigma, do caos em que se encontra a igreja evangélica brasileira bem como a falta de direção dos pastores e líderes. Por exemplo, 9% das igrejas não responderam essa questão, 6% usam um mix de métodos e o que é pior, 3,3% não possuem uma ênfase, ou seja, “estão atirando para todos os lados”.
A prioridade ao evangelismo, recrutamento de novos membros e crescimento numérico, de forma dramaticamente óbvia, visa apenas a “cristianização” da comunidade na aparência, nos números e no tamanho. O critério para o sucesso da igreja resume-se ao crescimento numérico e recursos financeiros. Parece que neste mundo evangélico do “vale-tudo”, todo tipo de metodologia pode ser utilizada, desde que produza crescimento. Que visão distorcida e reduzida do Evangelho! Os valores do Evangelho possuem apenas um papel secundário e a igreja passa praticamente despercebida pelo povo que mora ao redor (de verdade, quem gostaria de residir ao lado de uma igreja, nos horários de culto?). Além disso, as igrejas continuam balançando de um lado para o outro do pêndulo, indecisas, inseguras se devem investir mais na evangelização e projetos evangelísticos ou se devem praticar mais assistência social na comunidade local.

Evangelização Integral e David Bosch

David Bosch resume o evangelismo como dimensão e atividade da missão da igreja que, através da palavra e da ação e à luz de condições específicas e de um contexto singular, oferece a toda pessoa e comunidade, em qualquer lugar, uma oportunidade válida de ser diretamente desafiada a uma radical reorientação de sua vida, uma reorientação que implica coisas como ser libertado da escravidão do mundo e de seus poderes; aceitar a Cristo como Salvador e Senhor; tornar-se um membro vivo de sua comunidade, a igreja; ser arrolado em um serviço de reconciliação, paz e justiça na terra, e comprometer-se com o propósito de Deus de colocar tudo sob o senhorio de Cristo. Ele esboça 18 considerações para uma melhor compreensão do evangelismo, especialmente em suas relações com a missão que resumem e acrescentam os vários temas abordados até o momento:
1. A missão é mais ampla que o Evangelismo. Missão denota a tarefa global que Deus deu à igreja para a salvação do mundo. Ela é a igreja enviada ao mundo para amar, servir, pregar, ensinar, curar, libertar.
2. Evangelismo não pode ser equiparado à missão. Evangelismo é parte integrante da missão mais abrangente da igreja, está inserido na missão global da igreja.
3. Evangelismo é “dimensão” essencial da atividade global da igreja, como coração ou cerne da missão da igreja.
4. Evangelismo implica testemunhar o que Deus fez, está fazendo e fará, como mediador da boa nova do amor de Deus em Cristo que transforma a vida humana.
5. Evangelismo objetiva uma resposta, mudanças específicas, renunciando evidências do domínio do pecado em nossas vidas, aceitando responsabilidades em termos do amor de Deus.
6. Evangelismo representa um convite. É comunicar alegria, uma mensagem positiva de esperança. Não é o mesmo que (1) oferecer uma panaceia psicológica para as frustrações e desapontamentos das pessoas, (2) inculcar sentimentos de culpa para que as pessoas em desespero se voltem para Cristo, ou (3) assustar as pessoas a fim de que se arrependam e convertam com estórias sobre os horrores do inferno. As pessoas devem ser atraídas pelo amor de Deus.
7. A pessoa que evangeliza é uma testemunha, não um juiz. Newbigin nos lembra que jamais posso saber se a pessoa que rejeita meu testemunho rejeitou a Jesus.
8. Embora devamos ser modestos quanto ao caráter e à eficácia de nosso testemunho, o evangelismo permanece um ministério indispensável. Não representa um acessório opcional, mas um dever sagrado.
9. O evangelismo só pode acontecer quando a comunidade que evangeliza –a igreja, é uma manifestação radiante da fé cristã e exibe um estilo de vida atraente. Muitos não confessam a Cristo porque rejeitaram-no pelo que viram na vida dos cristãos.
10. O evangelismo oferece às pessoas a salvação como uma dádiva presente e, junto com ela, a garantia de bem-aventurança eterna, pois pessoas estão procurando desesperadamente um sentido para a vida. Mas se essa oferta constituir o centro do evangelismo, degrada-se o Evangelho a um artigo de consumo e Cristo é reduzido a pouco mais que um fornecedor de bênçãos especiais.
11. Evangelismo não é proselitismo, onde as pessoas de outros grupos sociais e igrejas sejam vistas como “candidatos” a serem ganhos. Grande parte disso reflete a tendência de construir impérios.
12. Evangelismo não é o mesmo que extensão eclesiástica, sinônimo de expansão da igreja através do incremento numérico de membros. A atenção do evangelismo não deveria estar voltada para a igreja, mas para o reinado de Deus.
13. Distinguir entre evangelismo e recrutamento de membros não significa sugerir que ambos estejam desconectados. Faz parte do cerne da missão cristã fomentar a multiplicação de igrejas. Sem a igreja é impossível haver evangelismo ou missão. Mas as estatísticas são menos úteis quando queremos medir o grau de eficácia e responsabilidade do evangelismo na igreja. Um evangelismo autêntico pode causar a diminuição dos membros de uma igreja.
14. Apesar de não ser individualista, no evangelismo, “só é possível dirigir-se a pessoas, e só elas podem responder. O evangelismo tem uma dimensão pessoal e social.
15. O evangelismo autêntico sempre é contextual, valorizando a história, contexto e ética social. O Evangelho implica no senhorio de Cristo em todas as esferas da vida.
16. O evangelismo não pode ser dissociado da pregação e prática da justiça. Ser um discípulo de Cristo implica em aceitar um compromisso com Cristo e um chamado ao serviço do Reino de Deus. Evangelismo significa angariar pessoas para o reinado de Deus, libertando-as de si mesmas, de seus pecados e de seus enredamentos, a fim de que sejam livres para Deus e o próximo.
17. Evangelismo não é um mecanismo para apressar a volta de Cristo. Barret e Reapsome (1988), calculou que houve 788 planos globais para evangelizar o mundo e que a maioria deles estava relacionada com expectativas escatológicas. Os projetos fascinados com o ano 2000 mostraram-se altamente questionáveis.
18. Evangelismo não é apenas proclamação verbal, apesar de possuir uma dimensão verbal da qual não é possível escapar. Mas não existe uma única maneira de testemunhar Cristo. A Palavra jamais pode estar divorciada da ação. Não é possível empacotar o evangelismo em 4-5 princípios. Não há um plano mestre, uma lista de verdades absolutas. Só nos é possível testemunhar o Evangelho de maneira ousada e humilde, concomitantemente.
Será que podemos impor nossos mapas como único caminho para nortear os confusos, indecisos e peregrinos à beira do caminho ou prescrever nossos próprios medicamentos como a única solução e cura das doenças? Quando fazemos isso dizemos que somos mais importantes, somos melhores que vocês. O cristão deve refletir o seguinte na conversão de não cristãos: como desenvolver um relacionamento pessoal e fraternal com eles antes e depois de evangelizá-los? Qualquer tipo de aproximação ou conversa que não tenha interesse em continuar num bom relacionamento irá quebrar a comunicação. Precisamos trazer o dom da certeza num clima de ambiguidade, com clareza sem superioridade.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Saiba Um Pouco Sobre o Dia da Mulher





PORQUÊ O DIA 8 DE MARÇO 
Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.

O QUE SE PRETENDE COM A CELEBRAÇÃO DESTE DIA
Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher.

MARCOS DE UM PERCURSO
EM PORTUGAL
NO MUNDO
1691 -Estados Unidos
As mulheres votam no Estado do Massachussetts. Perdem este direito em 1789.

1788 - França
Condorcet, filósofo e homem político francês, reclama para as mulheres o direito à educação, à participação na vida política e ao acesso ao emprego.


1792 - Reino UnidoMary Wollstpnecraft pioneira da acção feminista, publica uma vindicta das Mulheres.
1822 - Primeira Constituição Liberal. Tanto esta Constituição como as seguintes afirmam. que a lei é igual para todos, sem referência especial às mulheres.1840 - Estados Unidos
Lucrécia Mott lança as bases de Equal Rights Association pedindo a igualdade de direitos para as mulheres e para os negros.

1857 - Estados Unidos
No dia 8 de Março, em Nova Iorque, greve das opcrárias têxteis para obter a igualdade de salários e a redução das horas dc trabalho, para 10 horas por dia.

1859 - Rússia
Aparecimento de um movimento feminino em St. Pctersburgo para a emancipação da mulher.

1862 - Suécia
As mulheres votam nas eleições municipais.

1865 - Alemanha
Louise Otto funda a Associação Geral das Mulheres AIemãs.

1866 - Reino Unido
John Stuart MIII, filósofo e economista inglês, reclama o direito de voto para as mulheres.

1868 - Reino Unido
Criação da Sociedade Nacional para o Sufrágio Feminino.

1869 - Estados Unidos
Nascimento da Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres. O estado dc Wyoming concede o direito de voto às mulheres para atingir o número de eleitores necessário para entrar na União.

1870 - França e Suécia
As mulheres têm acesso aos estudos médicos. -Turquia
Inauguração de urna Escola Normal destinada a formar professoras para as escolas prirnárias e secundárias para raparigas.

1874 - Japão
Abertura da primeira Escola Normal para raparigas.

1878 - Rússia
Abertura da primeira Universidade feminina em St. Petersburgo.

1882 -. Estados Unidos
Susan B. Anthony funda o Conselho Nacional de Mulheres, tendo como patrono Victor Hugo; o célebre escritor era então um dos chefes do Partido Republicano.

1893 - Nova Zelândia
Concedido o direito de voto às mulheres.

1901.- França
O deputado socialista René Viviani, sustenta pela primeira vez um debate sobre o direito de voto das mulheres.